Aves marinhas

Instituto Argonauta realizou a soltura de três aves marinhas para seu habitat natural

O Instituto Argonauta tem muitos motivos para comemorar. Mesmo em meio as centenas de ocorrências envolvendo os Pinguins-de-Magalhães (Spheniscusmagellanicus), três aves marinhas que foram resgatadas pela equipe do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) da instituição foram devolvidas para a natureza nos últimos dias.

Trata-se de um Atobá-pardo (Sula leucogaster), de uma gaivota (Larusdominicanus) e de um Trinta-réis-de-bicovermelho (Sternahirundinacea), também conhecida como andorinha do mar.

Eles foram resgatados nas praias do Porto Novo em Caraguatatuba, Porto Grande e Praia do Arrastão em São Sebastião, respectivamente, no litoral norte paulista. As três aves foram encontradas com dificuldades para voar. Uma delas, a gaivota, foi encontrada pela equipe durante o monitoramento de praias.

Os três animais foram encaminhados inicialmente para Unidade de Estabilização (UE) de São Sebastião para receberem os primeiros atendimentos. Os especialistas da unidade identificaram que o Atobá estava com pneumonia, desidratado e que havia ingerido uma grande quantidade de água. A gaivota estava com febre, magra e desidratada. Já o Trinta-réis estava ferido, magro e com as asas caídas.

O Atobá e a gaivota foram transferidos para o Centro de Reabilitação e Despetrolização (CRD) de Ubatuba. No CRD, a gaivota recebeu banhos de sol e passou por exames de laboratório. Até mesmo um exame raio-x foi realizado, mas os profissionais não localizaram nenhum corpo estranho no interior da ave.

O Trinta-réis permaneceu sob cuidados na UE de São Sebastião até a sua soltura, que aconteceu no primeiro dia de julho na Praia Grande. O Atobá e a gaivota foram soltos na praia do Perequê-Açu. A soltura da gaivota contou, inclusive, com os aplausos de uma família que passava pelo local – que acompanhou com distanciamento e segurança o momento emocionante de libertar a ave.

Recentemente, a Rede Vanguarda reportou o reaparecimento dos Trinta-réis no município de Ilhabela, o que não acontecia há pelos menos cinco anos. De acordo com os especialistas este retorno pode estar associado ao isolamento social e a queda do turismo na região. Como medida de proteção dessa ave migratória, os moradores locais colocaram uma placa no ilhote da Praia do Julião, alertando os turistas para manterem distância. A pequena ilha é um espaço de reprodução de pelo menos três espécies de aves marinhas, incluindo os Trinta-réis. Biólogos e voluntários instalaram boias ao redor da pequena ilha, demarcando uma distância de 20 metros de aproximação.

Segundo a equipe técnica do Instituto Argonauta, o Trinta-réis-de-bico-vermelho está vulnerável a extinção.