verde da esperança

O verde da esperança parte 2

O manejo da arborização urbana ocorre de acordo com os interesses pessoais, em que se espera até mesmo resultados que não são das características das árvores.

Ao invés dos projetos urbanísticos se adequarem às espécies arbóreas já existentes no meio urbano, na maioria das vezes o que ocorre é o contrário: desconsidera-se a diversidade já existente e torna ausente árvores de grande porte, sendo que a substituição por espécies menores não garante o mesmo valor ambiental.

Importante ressaltar que em um país determinante quente são necessárias espécies de grande porte, apesar dos desafios, priorizando espécies nativas que apresentam adaptabilidade às condições adversas ao ambiente urbano como:pata-de-vaca (Bauhiniafoficata), quaresmeira (Tibouchina granulosa), ipê-mirim (Stenolobiumstans), candelabro (Erythrinaspeciosa), escova-de-garrafa (Callistemonssp), jasmim-manga (Plumeria rubra), ipês, angicos, guapuruvus, sibipirunas, jacarandás e outras inúmeras espécies.

A arborização urbana deve ser pensada em conjunto com a mobilidade. É fato que quando ocorre a impermeabilização, cimentando a base da árvore, por consequência, ocorre a diminuição de sua área de sustentação que são as raízes, ocasionando a queda da mesma. Deve-se observar que a árvore é um ser vivo e sofre com a ação do tempo e das intervenções humanas. É importante observar que grande parte das realizações feitas quanto à arborização urbana é de baixo custo, porém depende de muita vontade política para tanto.

Ao tratarmos de um meio natural preservado, estamos diante de um direito difuso, não estando restrito apenas ao governo e assim, toda a sociedade deve estar atenta. Existem iniciativas simples que podem gerar bons resultados como: premiação das iniciativas particulares da adoção de praças, recuperação de área verde, distribuição de mudas, promoção do conhecimento da flora local, redução no IPTU de quem mantém árvores em sua propriedade e recuperação de cursos d’água.

 É preponderante assumir a calçada como espaço protagonista da rua, abrindo espaços de usufruto público e por consequência gerando atividade econômica. Assim, tornar as cidades mais preparadas para enfrentar os desafios das mudanças climáticas trará ao indivíduo um sentimento de pertencimento e autoestima.

“Não devemos nos preocupar apenas com a utilidade material das árvores, mas cuidar delas também por seus pequenos mistérios e encantos.” (Peter Wohlleben)