Por favor, desenterrem o sapo

No Parque São Jorge, antigo campo do Corinthians, trocaram o gramado sob as traves para desenterrar um sapo,

fruto da praga da mãe de um ex-jogador, que seria o motivo da equipe ficar anos na fila sem um título.

Não acharam vestígios do anuro sepulto, mas o time começou a vencer desde então. Foi nos anos setenta e dizem os antigos, que Vicente Matheus, presidente do clube, usou a terra removida nos serviços que sua empresa executou em Jacareí, e junto com ela a carcaça do anfíbio.

A maldição parece que veio junto, pois muita coisa mudou aqui, e para pior. Temos mais médicos, escolas e praças e menos saúde, educação e lazer.

O transporte, pelo contrário, está muito melhor, já não temos charretes, mas as carroças continuam. Se perguntarmos de quem é a responsabilidade a resposta quase uníssona será: os políticos.

É mais fácil culpá-los e fazer de conta que somos inocentes, mas seria mais honesto assumir que somos péssimos eleitores. Está mais do que na hora de acompanhar o trabalho de cada agente político, para mais tarde escolher ou apoiar os realmente capacitados e, para desenterrar o sapo abrigado em nossa cidade não precisaremos de pás, picaretas ou enxadas. Tampouco de tecnologia moderna, basta usar a melhor ferramenta à nossa disposição, o nosso bom e valoroso título de eleitor.

Porém, é preciso muito cuidado. Quanto usado de forma errada, além de machucar, nos faz engolir cada sapo. . .