Constantemente bate um saudosismo nas redes sociais lamentando algum ponto comercial ou prédio que foi derrubado ou se encontra abandonado.
É um chororô repetitivo sobre o Hotel Máximo, Bar Brasil, Roberto Martins, Rádio Clube, Bar do Brito, Galeria dos Presentes e até o conhecido “Buraco da Onça”, região de meretrício nos anos 60 e 70.
Respeito os saudosistas, mas vamos lembrar que estamos no século XXI e Jacareí é uma cidade pujante. Chamar de “patrimônio histórico” aquilo que é somente velho é demais. A cidade se modernizou, áreas centrais foram expandidas e novos tempos vieram. Ficar preso a coisas materiais do passado, que nada significam além de lembranças, é ocupar a mente com perfumaria e fechar os olhos para o crescimento.
Gosto de relatar fatos vividos e escrever sobre pessoas com as quais convivi e marcaram minha vida. Pensando no futuro publiquei um livro com crônicas sobre a cidade, um outro sobre o distrito de São Silvestre, e posto regularmente textos sobre a memória afetiva de Jacareí para que a história não se perca, jamais para que voltemos a um passado que o presente sepultou.
Vamos acordar, povo! Pedir a volta da rodoviária para a área central porque que a nova é feia e fica longe é de matar de raiva. O trânsito precisa fluir sem tantos ônibus ocupando nossas ruas estreitas e com traçado do século passado. Cidades vizinhas agiram da mesma forma e a população apoiou.
Vamos nos antenar no século XXI? Vamos viver no presente?
Para ser considerado patrimônio histórico é necessário reconhecer o legado que um prédio deixou para a geração atual e as futuras. O número pouco expressivo de visitantes espontâneos que frequenta o MAV – Museu de Antropologia do Vale do Paraíba, nosso antigo Carlos Porto, é prova incontestável do desapego do jacareiense com o passado. Agora, fazer alarde nas redes sociais é prática corriqueira, até faz parecer que realmente acreditam no que escrevem.
Para curtir nosso passado temos, além do MAV, o Arquivo Público e os grupos de memórias locais, aliás, excelentes no propósito para o qual foram criados: Site de Jacarei, Jacareí para o Mundo e Memórias de Jacarehy
