Durante todo o ano é necessário manter os cuidados com as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, conhecido como “mosquito da dengue” que transmite também outras doenças.
A preocupação neste momento é ainda maior devido à pandemia do covid-19 que apresenta sintomas semelhantes.
Diferente dos pernilongos, o mosquito da dengue possui hábitos diurnos, mas não de modo restrito, pois é um inseto que se adapta com facilidade. É um dos principais transmissores de arboviroses, doenças causadas pelos chamados arbovírus, que engloba todos aqueles transmitidos por artrópodes que são insetos e aracnídeos (aranhas e carrapatos).
Existem 545 espécies de arbovírus, sendo que 150 delas causam doenças em seres humanos. Apesar de a classificação arbovirose ser utilizada para classificar diversos tipos de vírus, como o mayaro, meningite e as encefalites virais, hoje a expressão tem sido mais usada para designar as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, como o Zika vírus, febre Chikungunya, dengue e febre amarela.
Segundo estudos científicos, diante dos efeitos do aquecimento global, levando a uma maior sobrevida e proliferação do mosquito, a dengue é a doença viral transmitida que se espalha mais rapidamente no mundo.
A Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) enfatiza que a dengue é "um problema de saneamento doméstico e comunitário" e que a maneira mais eficaz de combatê-la é se livrar do recipientes "que possam acumular água, como tambores, pneus usados, latas, garrafas e vasos". O professor do Departamento de Morfologia do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG, Rodolfo Giunchetti,, explica que os habitats de reprodução dos mosquitos são diferentes: “os culicídeos preferem se reproduzir em águas com matéria orgânica enquanto os Aedes aegypti em água limpa como uma caixa d’água sem tampa”.
Devido à situação precária da falta de saneamento básico do país e pelo referido mosquito ser adaptado ao ambiente urbano, se torna aparentemente impossível eliminar a doença, que por sinal foi trazida no século 16 do continente africano, mais precisamente do Egito.
O Brasil já registrou quase 1 milhão de casos da dengue em 2020. Até 14 de novembro foram registrados 971.136 casos da doença no país. As maiores taxas de incidência foram registradas nos estados do Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal.
Ao todo, 528 pessoas morreram de dengue, sendo que 77% dessas mortes (401) estavam concentradas em São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal. Os dados ainda podem ser atualizados, registra o Ministério da Saúde.